Fanning Damsgaard
Bio Statement |
![]() Orar Na Véspera Da Prova Ele é jornalista, economista e cientista político. Ela é socióloga, pesquisadora e professora universitária. Ambos acompanham há quase vinte anos o cotidiano e o modus operandi do Primeiro Comando da Capital, o PCC, a facção criminosa de superior ressonância no Brasil. Nessa semana, Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias lançam A Disputa: A Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil (Ed. Com 29,4 1 mil participantes por todo o Brasil - e espalhando-se por outros países - o PCC surgiu em 1993 dentro de presídios brasileiros. Sobre o modelo de funcionamento da organização, os autores dizem que seria equivocado buscar uma definição "única e correta". Ela tem características de irmandade, organização e igreja, dependendo "da perspectiva adotada e do ponto através do qual nós olhamos". De acordo com a dupla, que esmiúça no livro detalhes e dados estatísticos, o PCC não é artefato do acaso ou apenas do arroubo criminal. O PCC, como essa de novas facções, surgiu como efeito colateral de "décadas de políticas truculentas e equivocadas de disputa ao crime", como diz a socióloga. curso de ingles online trecho da entrevista com a dupla. BBC News Brasil - Queremos contar, como o título do livro sugere, que existe uma disputa no Brasil, disputa esta protagonizada pelo PCC? Camila Nunes Dias - Não estamos em luta, apesar de várias vezes as autoridades agirem como se estivéssemos. Este é o ponto principal. O nome do livro foi dado porque as facções são o efeito colateral indesejado de década de políticas truculentas e equivocadas de luta ao crime. As lutas envolvem divergências coletivas, ligadas à briga entre nações, etnias, religião, ideologias etc. O crime comum é um problema diverso. Está relativo aos indivíduos que rompem os regulamentos e o contrato coletivo para alcançar objetivos egoístas, ligados a si respectivo ou ao teu grupo. As sociedades civilizadas montaram o sistema de Justiça pra encarar com isto e cabe bem como ao Estado agir a começar por ações preventivas para evitar que isso aconteça e para avigorar os laços sociais. Quando as autoridades se enxergam numa competição contra os bandidos, o que acontece? Como agem para vencer essa disputa? Travam brigas diárias contra certos grupos, em bairros específicos, enchendo as cadeias e produzindo mortes e crimes. É o que vem sendo feito no passado recente e hoje em dia brasileira. Qual o efeito disso?
Prisões superlotadas que ao invés de controlar o crime fortalecem as gangues prisionais. Bruno Paes Manso - Além disso, essas ações guerreiras das polícias acabam fomentado os sentimentos de raiva e de injustiça que alimentam os discursos antissistema das facções, atraindo mais jovens revoltados e sem experctativas pra suas fileiras. Produzimos nossa categoria de homens-bombas, que preferem morrer antes dos vinte e cinco anos ou serem presos a viver o destino humilhante reservado a eles pelo sistema. As facções, por isso, e a atual cena do crime no Brasil, ganharam potência sabendo retirar proveito e obter dinheiro a partir dessa ideia equivocada de que travamos uma disputa diária contra o crime. A visão de que estamos em disputa fortaleceu as facções. Como vocês define o PCC? Dias - A definição do PCC depende da perspectiva da qual ele é visto e do recorte analítico. Quando ele é olhado de pequeno, nas conversas com presos ou com os indivíduos que atuam nas suas pontas, nas periferias, o PCC se parece mais com uma irmandade. Se focarmos a análise nas perguntas econômicas, ele vai se assemelhar a uma "organização". Entretanto, se olharmos pros documentos escritos por eles e que dizem respeito às normas disciplinares que são elaboradas pra regular o modo deles e de quem circula nestes espaços, o PCC mais parece uma "igreja do crime". Acesse aqui outras informações sobre este assunto falado curso de ingles online . |